Cradle to Cradle: inspirando novos materiais e empreendimentos
No dia 09/06/2015, oito palestrantes e 135 profissionais da cadeia produtiva da construção participaram da segunda oficina temática promovida pelo EnRedes – Cradle to Cradle: inspirando novos materiais e empreendimentos.
Foram debatidos novos conceitos e apresentadas novas abordagens em relação ao tema sustentabilidade, que consideram um ciclo contínuo de reaproveitamento de recursos naturais, a geração de produtos seguros, saudáveis e reutilizáveis, o ciclo de vida dos materiais e de empreendimentos, além da inovação em produtos, projetos e empreendimentos.
A oficina, organizada para que todos pudessem interagir de forma direta e descontraída, teve não só a participação ativa e interativa de todos os presentes, como propiciou um ambiente bastante favorável à troca de conhecimentos e networking.
A economia mundial tem sido construída com base em um modelo linear de "extrair, fabricar e descartar", em que as corporações partem já do princípio que suas atividades são ambientalmente nocivas e, por isso, devem minimizar seus impactos negativos. O novo conceito para a sustentabilidade Cradle to Cradle, apresentado e debatido neste primeiro painel, propõe um novo sistema produtivo aliado à prática da economia circular, que transforma o atual modelo linear, promovendo a prosperidade econômica com a restauração ambiental. O novo modelo circular incorpora a sustentabilidade já na lógica de criação e desenvolvimento de qualquer produto, quando a maximização dos efeitos positivos torna-se o principal valor e se estabelece uma parceria com a natureza, eliminando desde o início o conceito de resíduo.
Na perspectiva da preservação da segurança, saúde e meio ambiente, foi discutida também a toxidade nos materiais de construção, cujas sustâncias químicas podem causar efeitos adversos às pessoas e aos seres vivos. Para avaliação da toxidade desses materiais, foi detalhada a importância a Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico (FISPQ), que fornece informações sobre os perigos inerentes a cada produto e identifica o potencial de perigo de produtos para as pessoas. A FISPQ torna-se assim ferramenta importante para a gestão de segurança, saúde e meio ambiente nos canteiros de obras e para especificadores de materiais poderem selecionar produtos menos tóxicos, detalhando inclusive as informações sobre periculosidade e destinação adequada para os resíduos.
O cenário atual dos resíduos sólidos urbanos foi abordado na sequência, assim como a responsabilidade compartilhada de produtos, implementação de sistemas de logística reversa e gestão de resíduos, envolvendo o poder público, setor privado, cidadãos e consumidores.
Este painel focou nas atividades da construção, as que mais consomem recursos naturais e geram consideráveis impactos ambientais. Como o consumo e os gastos com energia e água são fatias expressivas das edificações, foram apresentadas soluções tecnológicas para o uso racional da energia e da água e destacada a importância do acompanhamento do ciclo de vida de um sistema construtivo ou edifício e de sua manutenção para se obter as melhores condições de conforto e qualidade do ambiente construído para os usuários, gerando menos impactos ambientais. Nesse sentido, foi abordado o conceito ‘Triple top line’ (Ecology/Equity/Economy) que promove valores a todos: empreendimento, comunidade e todas as espécies nativas.
Com a grande concentração da geração em fonte hídrica e a crise hídrica do país, ganha força também o investimento em novas tecnologias que promovam a energia renovável e a geração distribuída como uma das alternativas mais promissoras, como a Eólica, Biomassa e Fotovoltaica. O foco das apresentações em relação às energias renováveis foi a energia fotovoltaica, que está entrando no Brasil e demanda ainda atenção especial para formatação do modelo.
Hoje não basta minimizar os impactos ambientais negativos para que os projetos e produtos sejam ‘menos ruim’; é necessário promover, de ponta a ponta, impactos realmente positivos. Por isso, tanto a Health Product Declaration (declaração sobre o conteúdo químico do produto que relaciona os potenciais riscos a saúde ocasionados pelos seus ingredientes) como a Avaliação do Ciclo de Vida (que compila e avalia as entradas, as saídas e os impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida) são ferramentas fundamentais para se conhecer uma série de elementos de relevância ambiental que compõem um produto, como substâncias, emissões, consumo de água, energia e outros recursos naturais, e fundamentais para atender às novas exigências dos consumidores, que estão cada vez mais atentos e preocupados com produtos perigosos, que gerem danos à saúde e à natureza.
Na mesma vertente de contribuir com a regeneração da natureza e a saúde das pessoas, foram apresentados trabalhos e projetos de referência no resgate e uso da biodiversidade nativa em centros urbanos brasileiros, eficientes tanto para minimizar a crise hídrica pela qual o país passa como para melhorar a qualidade de vida nos ambientes construídos, agregar estética e manter o equilíbrio ecológico. É fundamental e plenamente viável desenvolver projetos que considerem a história, a cultura local e a botânica nativa e criar áreas verdes plenamente sustentáveis.
Ao final, os participantes foram instigados a refletir sobre a inovação na concepção e no desenvolvimento de produtos e sobre a construção e comunicação de suas marcas, que sempre deverão estar conectadas às pessoas, aosseus anseios e, principalmente, à ideia de longevidade, que impacta no mundo, na vida das pessoas e nas futuras gerações.
Na programação abaixo, você pode acessar as palestras e os cases apresentados.
8h00 Credenciamento | Good Morning Coffee
9h05 Cradle to Cradle: Uma nova abordagem sobre a sustentabilidade
Alessandra Caiado (Coordenadora da Área de Materiais Sustentáveis do CTE)
9h25 Como identificar substâncias tóxicas nos materiais de construção
Sérgio Ângulo (Professor da EPUSP)
9h50 Reciclagem inclusiva e economia circular: abordagem sistêmica, potencialidades e desafios no contexto brasileiro
Mateus Mendonça (Sócio da Giral Viveiro de Projetos)
10h15 Debates
10h40 Coffee Break
11h10 Soluções tecnológicas para economia de água e energia em empreendimentos
Wagner Oliveira (Gerente de Sistemas Prediais e Uso e Operação Sustentável do CTE)
11h35 Uso de energia renovável: já vale a pena investir?
Carlos Henrique Delpupo (Diretor da SSE Energia)
12h25 Debates
12h50 Business Lunch
14h15 Avaliação de Ciclo de Vida e Material Health Declaration: autoconhecimento para melhoria contínua
Adriana Hansen (Coordenadora de Projetos Sustentáveis do CTE)
14h40 Tornando o verde como ativo do empreendimento
Ricardo Cardim (Diretor da SkyGarden Envec Brasil)
15h05 CO.R 100 + A LONGEVIDADE e seu impacto para o mundo, a vida das pessoas, as empresas e as marcas
Rita Almeida (Publicitária e Idealizadora da CO.R Inovação)
15h30 Debates
16h00 Encerramento
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