A importância do projeto na redução de custos e gestão de riscos da construção

Conceitos e práticas de gestão de projetos, gestão de riscos e custos das atividades da construção

No dia 07/04/16, 10 palestrantes e 165 profissionais da cadeia produtiva da construção participaram da primeira oficina temática do ano promovida pelo EnRedes – A importância do projeto na redução de custos e gestão de riscos da construção.

Foram apresentados e debatidos os principais desafios das empresas para lidar com a gestão de riscos de seus processos, além de conceitos e práticas de gestão de projetos, tanto para a melhoria dos processos e da qualidade relacionados ao negócio como para a redução de custos.

A oficina, organizada para que todos pudessem interagir de forma direta e descontraída, teve não só a participação ativa e interativa de todos os presentes, como propiciou um ambiente bastante favorável à troca de conhecimentos e networking.

 

Conceituação e aplicação de gestão de riscos na construção

Cada vez mais as empresas devem se preparar para lidar melhor com ações de natureza preventiva em seus negócios. Especialmente no setor da construção, as empresas precisam lidar com a gestão de riscos de seus processos, que são bastante complexos, desde o projeto até a execução do empreendimento, pois esta é hoje uma das formas de viabilizar os negócios, garantir maior segurança aos acionistas e investidores, e alcançar os resultados previstos. Sendo assim, a Gestão de Riscos foi debatida como uma forma de minimizar as surpresas de projeto e maximizar os resultados. No contexto atual, essa gestão aponta oportunidades para projetos que sejam mais eficientes, otimizando e fornecendo maior previsibilidade aos resultados. Foi ressaltado também que as maiores possibilidades de ação e mitigação dos riscos estão nos processos de engenharia. Por isso, a visão da engenharia e incorporação de forma integrada, com a engenharia antecipando estratégias de execução na etapa de desenvolvimento do produto, torna-se essencial. Uma boa gestão do ciclo e mitigação de riscos, por exemplo, promove aumento da produtividade e construções mais racionalizadas. No debate, foi ressaltada a importância do momento do mercado da construção diante de um cenário macroeconômico desfavorável, com baixo crescimento do país, declínio dos investimentos, dificuldades na obtenção de recursos e queda da demanda dos consumidores. Diante desse cenário, as empresas da construção terão de assumir uma postura de extrema profissionalização e capacitação, tanto de suas áreas de projeto e engenharia, como em relação à interação e entendimento da dinâmica do mercado, para não só gerir riscos nas áreas técnicas como também os riscos na área financeira e de investimentos. Destacou-se, neste sentido, a movimentação de várias empresas em torno de uma pauta mestra de atuação, que traga a percepção integrada da cadeia produtiva, de investimentos, incorporação e construção hoje, que consiga discutir novas vias de financiamentos, aperfeiçoamento das áreas técnicas, simplificação da legislação, além da relação com o governo, clientes, investidores e consumidores.

 

Riscos em contratos de obra e sistemas prediais

Em relação aos contratos, foi analisada a relação entre o ciclo de vida dos empreendimentos, os riscos na incorporação imobiliária e as várias modalidades contratuais. Deu-se destaque ao tipo de contato por Administração com o PMG (Preço Máximo Garantido), destacando-se cláusulas de incentivo e de controles, que alinham vários interesses e evitam desvios e danos aos custos das partes envolvidas.  Foi apresentado também a importância do comissionamento de sistemas prediais, como uma atividade fundamental para controle de projeto, prazo, custo, fornecedor, operação e manutenção da edificação, ordenando as atividades a serem realizadas em todas as etapas de um empreendimento. O comissionamento, na vertente mais completa e eficiente, orienta a qualidade e permite atingir as premissas adotadas inicialmente no projeto e durante as fases da obra. Também permite fazer registros e obter indicadores para análise de melhorias e possibilita uma medição setorizada de insumos para se verificar o desempenho de equipamentos e tecnologias aplicados. O comissionamento, enfim, melhora a eficiência, reduz impactos e pode ser aplicado em todas as fases, da concepção à execução e manutenção do empreendimento, e por diferentes empresas, auxiliando o cliente e todos os stakeholders da cadeia produtiva da construção a evitar que o produto final esteja totalmente descolado do projeto original. Nos debates, foi reforçada a importância dos controles tanto em contratos como em comissionamento, não só para a prevenção de riscos, mas também para a maior assertividade no desenvolvimento dos empreendimentos e negócios.

 

Projetos, pré-engenharia e redução de custos na construção

Foram apresentados vários pontos relativos a toda gestão de projetos, considerando suas várias disciplinas e competências, ressaltando-se que a falta de gestão integrada de projeto gera aumento de custos e projetos mal resolvidos pela falta de compatibilização e de visão geral e específica das disciplinas. Neste sentido, ferramentas de gestão integrada de projetos aplicadas nas etapas de concepção e estudo de viabilidade têm promovido redução de custos, aumento de produtividade, qualidade e eficiências dos projetos. Já em relação aos projetos de arquitetura, ressaltou-se que, para uma melhor atuação do arquiteto, com uso de todas as competências da arquitetura, há a necessidade de se definir o produto a ser desenvolvido. Muitas idas e vindas na concepção dos projetos acabam desgastando a relação do arquiteto com o projeto e com o cliente, o que inibe a aplicabilidade de todas as possibilidades para aumentar os resultados dos empreendimentos. Em relação aos projetos estruturais, constatou-se que o descolamento entre o início de projeto estrutural e a definição do produto pela incorporação minimiza as possibilidades de interferência do produto e aumenta os custos em possíveis correções de projeto. Se a há participação do projeto estrutural nas fases iniciais de Concepção e Definição ao Produto, há redução de custos com projeto estrutural e sua qualidade, sendo que o impacto da redução desses custos é significativo, uma vez que 18 a 22% do custo da obra é composto pela estrutura do empreendimento. O debate desta mesa redonda focou na dinâmica do mercado imobiliário, que cada vez mais impõe prazos mais reduzidos para elaboração e aperfeiçoamento de projetos. A discussão, em função desse cenário, ressaltou a necessidade de se pensar em toda uma integração dinâmica entre projeto, orçamento, suprimentos e plano de ataque da obra, utilizando-se os conceitos e práticas da pré-engenharia e da filosofia Lean.

 

Na programação abaixo, você pode acessar as palestras e os cases apresentados.

 


 

PROGRAMAÇÃO 07/04

Clique nos nomes dos palestrantes para acessar os currículos

8h00 Credenciamento | Good Morning Coffee

8h40 Abertura

Roberto de Souza (Presidente do CTE)

 

Painel I - Conceituação e aplicação de gestão de riscos na construção

9h00 Metodologia de gestão de riscos na construção

Rogério Jacobsen (Diretor da Motrice - Gestão para Resultados)

9h30 Gestão de riscos em negócios de incorporação e construção

Fabio Giamundo (Diretor de Engenharia da Construtora Laguna)

10h00 Debates - Moderador:

Emílio Fugazza (Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eztec)

10h30 Coffee Break

 

Painel II - Riscos em contratos de obra e sistemas prediais

11h00 Riscos associados a modalidades de contratação de obras

Guilherme Petrella (Diretor de Engenharia da Alfa Realty)

11h30 Comissionamento de sistema prediais como ferramenta para redução de riscos da construção

Eduardo Yamada (Gerente de Sistemas Prediais do CTE)

12h00 Debates - Moderador:

Giancarlo De Filippi (Diretor da Unidade de Gerenciamento de Projetos & Obras do CTE)

12h30 Business Lunch

 

Mesa Redonda - Projetos, pré-engenharia e redução de custos na construção

14h00 Gestão integrada de projetos e pré-engenharia visando redução de custos

Juliana Barros (Gerente de Projetos do CTE)

14h20 Importância do projeto arquitetônico nos resultados dos empreendimentos

Alcindo Dell´Agnese (Sócio-Diretor da Alcindo Dell’Agnese Arquitetos Associados)

14h40 Impacto de soluções estruturais nos custos de obra

Ricardo Leopoldo e Silva França (Sócio-Diretor da França & Associados)

15h00 Debates - Moderador:

Antonio Sergio Itri Conte (Diretor da Logical Systems Consultoria)

 

A emissão de gases de efeito estufa (GEE) deste evento foi calculada pelo CTE e foram plantadas pela empresa Curupira 27 árvores para neutralizar os efeitos das emissões de CO2.

Total de emissões do evento (kgCO2e) = 4.607,44

Capacidade média de retenção de CO2 por árvore durante 20 anos = 175,14

Número de árvores plantadas para neutralização de GEE deste evento = 27

 

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