ENTREVISTA: RODRIGO PEREZ
No cenário atual é fundamental que as empresas tenham baixas possibilidades de desvios nas variáveis de um projeto e, consequentemente, baixas variabilidades dos resultados. Com as margens menores, é necessário que as companhias estudem a fundo cada componente da modelagem econômica dos empreendimentos, para que as premissas sejam mais assertivas. O estudo de cada componente, as estimativas de possibilidades de ocorrências de desvios/alterações nas premissas e os impactos subsequentes, só são possíveis através de uma gestão de riscos, que ainda é incipiente na maioria das companhias de construção leve.
Muito provavelmente há ainda uma gestão ineficiente das obras, com o uso inadequado das ferramentas de planejamento e controle, ou mesmo a falta delas.
Nas companhias que investem em negócios voltados à venda ou renda, atualmente as possibilidades de correções de rumos dos resultados baseadas unicamente em estratégias de aumento dos ganhos vindos de encaixes de receitas são raras. Isto é, o teto do VGV (valor geral de vendas) dos empreendimentos está no limite, pois o mercado não aceita mais qualquer preço. Sendo assim, para que a conta feche, só resta a redução de custos e despesas, e, tecnicamente, a gestão eficiente e eficaz da etapa de desenvolvimento de projetos é a solução que pode gerar os resultados mais representativos.
Já em companhias que investem em empreendimentos imobiliários para a própria operação (indústria, varejo, etc.), apesar de a estrutura do negócio ser outra, uma vez que a construção em si não é a atividade fim, a lógica é a mesma, mas com um agravante: projetos mal executados implicam em gastos indesejados não apenas na etapa de obras, mas também na operação, o que certamente causará grandes transtornos.
Iremos fomentar nesta oficina o assunto “riscos” no nosso mercado da construção, correlacionando o uso de metodologias estruturadas de gestão de riscos com empreendimentos imobiliários, com destaque na etapa de desenvolvimento de projetos, e sob a ótica dos diversos agentes envolvidos, sejam incorporadores, construtoras, projetistas, investidores, etc.