ENTREVISTA: RODRIGO PEREZ

CONFIRA O BATE PAPO 

Rodrigo Perez Duarte
Engenheiro Civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, CBA em Gestão de Negócios e Operações pelo Insper, MBA em Gestão Estratégica de Projetos pela FGV e Especialista em Negócios do Mercado Imobiliário pela FIA. Gerente de Contratos na Unidade de Gerenciamento de Projetos & Obras do CTE desde 2007, atua na gestão empreendimentos de diversas tipologias e com diversos clientes, tais como Fundos de Private Equity, Incorporadoras e Construtoras.

Rodrigo Perez, gerente da Unidade de Gerenciamento de Projetos & Obras do CTE, comenta sobre a importância do projeto tanto na gestão de riscos como de custos na construção

 

Qual a importância da gestão de riscos nos negócios da construção diante deste cenário cada vez mais desafiador do mercado?

No cenário atual é fundamental que as empresas tenham baixas possibilidades de desvios nas variáveis de um projeto e, consequentemente, baixas variabilidades dos resultados. Com as margens menores, é necessário que as companhias estudem a fundo cada componente da modelagem econômica dos empreendimentos, para que as premissas sejam mais assertivas. O estudo de cada componente, as estimativas de possibilidades de ocorrências de desvios/alterações nas premissas e os impactos subsequentes, só são possíveis através de uma gestão de riscos, que ainda é incipiente na maioria das companhias de construção leve.

 

Quais os principais riscos associados às atividades da construção que estão hoje em destaque?

Muito provavelmente há ainda uma gestão ineficiente das obras, com o uso inadequado das ferramentas de planejamento e controle, ou mesmo a falta delas.

 

Em relação aos projetos, como podem contribuir com a redução de riscos e custos?

Nas companhias que investem em negócios voltados à venda ou renda, atualmente as possibilidades de correções de rumos dos resultados baseadas unicamente em estratégias de aumento dos ganhos vindos de encaixes de receitas são raras. Isto é, o teto do VGV (valor geral de vendas) dos empreendimentos está no limite, pois o mercado não aceita mais qualquer preço. Sendo assim, para que a conta feche, só resta a redução de custos e despesas, e, tecnicamente, a gestão eficiente e eficaz da etapa de desenvolvimento de projetos é a solução que pode gerar os resultados mais representativos.

Já em companhias que investem em empreendimentos imobiliários para a própria operação (indústria, varejo, etc.), apesar de a estrutura do negócio ser outra, uma vez que a construção em si não é a atividade fim, a lógica é a mesma, mas com um agravante: projetos mal executados implicam em gastos indesejados não apenas na etapa de obras, mas também na operação, o que certamente causará grandes transtornos.

 

Qual o objetivo desta oficina e o que devemos esperar dela?

Iremos fomentar nesta oficina o assunto “riscos” no nosso mercado da construção, correlacionando o uso de metodologias estruturadas de gestão de riscos com empreendimentos imobiliários, com destaque na etapa de desenvolvimento de projetos, e sob a ótica dos diversos agentes envolvidos, sejam incorporadores, construtoras, projetistas, investidores, etc.